sábado, 24 de novembro de 2012

Perséfone

Perséfone, deusa da terra e da agricultura na mitologia grega, foi a única filha de Zeus e de Demeter. Na mitologia grega depois também ficou conhecida como a rainha do mundo infernal, ela ficava vigiando as almas e sabia os segredos das trevas.
A deusa da agricultura sempre se preocupava apenas em colher flores, mas foi crescendo e com isso sua beleza foi encantando a todos, e encantou o deus Hades, o senhor dos mortos, que pediu a deusa em casamento. Porém, Demeter não queria que eles se casassem, mas Hades mesmo assim não desistiu da deusa e continuou a persegui-la. Até que um dia Perséfone estava colhendo narcisos, e de repente Hades apareceu da terra em sua carruagem e levou a deusa para o mundo dos mortos.
Demeter não se conformou a com a situação de sua filha e obrigou que Zeus atendesse seu pedido, foi então que ele pediu a Hades que devolvesse sua filha. Hades não devolveu Perséfone e ainda conseguiu um plano para que ela continuasse com ele. Ele deu à Perséfone uma Romã, que era o fruto do casamento. Como a deusa tinha comido os grãos, não podia deixar mais seu marido, foi então que Perséfone passava um período com sua mãe e outro com seu marido, e se torna a sombria Proserpina. Deste momento em diante, a cada vez que ela estava com seu marido virava inverno na terra, e quando estava no Olimpo com sua mãe se tornava novamente uma adolescente e chegava a primavera, o verde da natureza fazia brotar muitas flores e frutos. E mesmo sendo uma relação muito complicada, vive com muito amor com seu marido Hades.
Perséfone, por sua beleza sempre atraiu muitos olhares. É inimiga de Afrodite por ser esta ser muito bela. Até Zeus, seu pai, se sentiu atraído por sua filha e conta-se que tiveram um filho juntos em forma de serpente, que seria o Sabázio. Também teve um amor com Hércules e com ele teve um filho, o Zagreus.
Afrodite e Perséfone além de ficarem rivais pela beleza, também lutaram pela posse de Adônis, um belo rapaz que era amado por ambas. Afrodite para preservar Adônis o prendeu em um baú e mandou a Perséfone para que ela cuidasse, mas ao chegar às mãos dela, ela abriu o baú e se encantou com sua beleza e se recusou a devolver para Afrodite. Foi então que Zeus decidiu que Adônis ficaria um terço do tempo com Afrodite e outro terço com Perséfone, e os outros dias faria o que ele quisesse.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Electra


mito de Electra
Elektra é uma personagem da mitologia grega, filha de Agamemnon e da rainha Clitemnestra. Segundo vários autores, foi ela quem salvou Orestes de ser morto quando este era criança. Electra teve dois filhos.
No teatro grego
É a personagem principal de uma peça homónima de Sófocles e de outra por Eurípides, além da paródia de Ésquilo.
Amargurada e impulsiva, Electra, levada mais pela fúria do que pela maldade, induziu seu irmão Orestes a assassinar sua mãe, vingando a morte de seu pai, arquitetada por Clitemnestra. Esse seria um ato do qual ambos se arrependeriam, pois, antes de sua morte, a rainha havia dito que amava os filhos, e que tratava-a mal para que Egisto, seu amante e também inimigo e assassino de Agamemnon, não desconfiasse de seus sentimentos pela filha, e, assim, não fizesse mal a esta.
A princesa não se deixando levar pela compaixão, a mata sangrentamente. Mais tarde, Electra desposa Pílades, amigo de Orestes e seu primo, o filho primogênito do rei Estrófio.
O termo complexo de Electra é usado na psicanálise como a contrapartida feminina do complexo de Édipo, para designar o desejo da filha pelo pai. Tal termo foi proposto por Jung, contudo, Freud, por sua vez, prefere usar complexo de Édipo tanto para o menino quanto para a menina.
Electra - Outra versão
Electra, princesa de Micenas, é filha de Agamênon e Clitemnestra, sendo irmã de Orestes e Ifigênia. A rainha, sua mãe, atormentada pelo sacrifício de Ifigênia, une-se ao sobrinho do esposo. Esse príncipe, Egisto, fora perseguido por Agamênon e privado de seus direitos. Retornando a Micenas durante a guerra de Tróia, une-se à rainha, com quem tem um filho, Aletes. Os dois amantes aguardam o retorno do rei para consumar a vingança. Após o assassinato do pai por Egisto e Clitemnestra, Electra é poupada pela mãe. Mas consome-se pela perda do pai, Agamênon, a quem adorava. Pedia aos deuses que lhe enviassem um meio de vingar sua morte. Suas preces serão atendidas por seu irmão Orestes, a quem salvou da morte em criança. Prevendo o que viria com a volta de Egisto, confiou-o em segredo a um velho preceptor, que o levou para longe de Micenas. Por tudo isto, era tratada no palácio como escrava. Temendo que a enteada tivesse um filho que um dia pudesse vingar a morte de Agamênon, Egisto fê-la casar-se com um pobre camponês. O marido, todavia, respeitou-lhe a virgindade. Mas é chegado o dia do retorno de Orestes. A jovem princesa o guiará até os assassinos de seu pai. Quando, após a morte de Egisto e Clitemnestra, Orestes foi envolvido e "enlouquecido" pelas Erínias, ela colocou-se a seu lado e cuidou do irmão até o julgamento final no Areópago de Atenas. Após ser absolvido pelo voto de Atena, Orestes e Pílades, seu amigo, partem para Táurida em busca de uma estátua de Ártemis. Lá encontrarão Ifigênia como sacerdotisa de Ártemis. Retornam todos a Micenas e, após as núpcias de Orestes com Hermíone, Electra casa-se com Pílades.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Caixa de Pandora


Conta-nos as várias versões do mito grego que Prometeu (o que vê antes ou prudente, previdente) é o criador da humanidade. Era um dos Titãs, filho de Jápeto e Clímene e também irmão de Epimeteu (o que vê depois, inconsequente), Atlas e Menécio. Os dois últimos se uniram a Cronos na batalha dos Titãs contra os deuses olímpicos e, por terem fracassado, foram castigados por Zeus qu
e então tornou-se o maior de todos os deuses.

Prevendo o fim da guerra, Prometeu uniu-se a Zeus e recomendou que seu irmão Epimeteu também o fizesse. Com isso, Prometeu foi aumentando os seu talentos e conhecimentos, o que despertou a ira de Zeus, que resolveu acabar com a humanidade. Mas a pedido de Prometeu, o protetor dos homens, não o fez.

Um dia, foi oferecido um touro em sacrifício e coube a Prometeu decidir quais partes caberiam aos homens e quais partes caberiam aos deuses. Assim, Prometeu matou o touro e com o couro fez dois sacos. Em um colocou as carnes e no outro os ossos e a gordura. Ao oferecer a Zeus para que escolhesse, esse escolheu o que continha banha e, por este ato, puniu Prometeu retirando o fogo dos humanos.

Depois disso, coube a Epimeteu distribuir aos seres qualidades para que pudessem sobreviver. Para alguns deu velocidade, a outros, força; a outros ainda deu asas, etc. No entanto, Epimeteu, que não sabe medir as consequências de seus atos, não deixou nenhuma qualidade para os humanos, que ficaram desprotegidos e sem recursos.

Foi então que Prometeu entrou no Olimpo (o monte onde residiam os deuses) e roubou uma centelha de fogo para entregar aos homens. O fogo representava a inteligência para construir moradas, defesas e, a partir disso, forçar a criação de leis para a vida em comum. Surge assim a política para que os homens vivam coletivamente, se defendam de feras e inimigos externos, bem como desenvolvam todas as técnicas.

Zeus jurou vingança e pediu para o deus coxo Hefestos que fizesse uma mulher de argila e que os quatro ventos lhe soprassem a vida e também que todas as deusas lhe enfeitassem. Essa mulher era Pandora (pan = todos, dora = presente), a primeira e mais bela mulher já criada e que foi dada, como estratégia de vingança, a Epimeteu, que, alertado por seu irmão, recusou respeitosamente o presente.

Ainda mais furioso, Zeus acorrentou Prometeu a um monte e lhe impôs um castigo doloroso, em que uma ave de rapina devoraria seu fígado durante o dia e, à noite, o fígado cresceria novamente para que no outro dia fosse outra vez devorado, e assim por toda eternidade.

No entanto, para disfarçar sua crueldade, Zeus espalhou um boato de que Prometeu tinha sido convidado ao Olimpo, por Atena, para um caso de amor secreto. Com isso, Epimeteu, temendo o destino de seu irmão, casou-se com Pandora que, ao abrir uma caixa enviada como presente (e que Prometeu tinha alertado para não fazê-lo), espalhou todas as desgraças sobre a humanidade (o trabalho, a velhice, a doença, as pragas, os vícios, a mentira, etc.), restando dentro dela somente a ilusória esperança.

Por isso, o mito da caixa de Pandora quer significar que ao homem imprudente e temeroso são atribuídos os males humanos como consequência da sua falta de conhecimento e previsão. Também é curioso observar como o homem depende de sua própria inteligência para não ficar nas mãos do destino, das intempéries e dos próprios humanos.

Poesia Japonesa


Bashô Matsuo (1644–1694), considerado o primeiro e maior poeta japonês de haiku, nasceu samurai e adoptou a simplicidade tanto na vida como na criação poética.
Enriqueceu o haiku, superando a artificialidade de poetas anteriores e tornando-o artistica e socialmente aceite. A par de poemas de carácter lúdico, começou a valorizar o papel do pensamento no haiku, imprimindo-lhe o espírito do budismo z

en.
Versátil, os seus poemas sugeriam os mais variados estados de espírito: humor, depressão, euforia, confusão,... permitindo uma consciência da grandiosidade da natureza ( física e humana ).

Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.

De que árvore florida
Chega? Não sei.
Mas é seu perfume

Poesia Chinesa


CANÇÃO DA METADE - Li Mi-An antigo poeta chinês

A metade do caminho, para o homem, é o melhor estado, 
quando o passo mais lento lhe autoriza a calma. 
Um amplo mundo jaz entre o céu e a terra. 

Viver a meio caminho entre o campo e a cidade,
ser metade estudioso e metade proprietário e metade negociante, viver metade como os nobres e metade como a gente comum, possuir uma casa que é metade luxuosa e metade singela, meio mobiliada e meio desnuda,
vestuários que não são velhos nem novos,
e a comida metade epicúrea e metade vulgar ...
Ter serventes nem muito hábeis nem muito tolos,
e uma esposa que não é nem demasiado simples nem demasiado sabida ...
Então sinto no coração que sou pela metade um Buda e quase pela metade um santo espírito taoísta.
A metade de mim ao Céu nosso pai devolvo,
a outra metade a meus filhos deixo ...
Metade pensando como prover à minha posteridade
e metade pensando como defrontar-me com o Senhor dos Mortos.¿
É mais prudente ébrio, quem é metade ébrio;
e as flores meio abertas são mais belas.
Como navegam melhor os barcos a meia vela,
e melhor trota o cavalo a meia rédea!
Quem tem uma metade demais, que ansiedade!
Mas quem tem de menos, com mais fervor possui a sua metade.
Pois a vida é feita de amargor e doçura,
e é mais sábio e mais hábil quem só lhes prova a metade

Poesia Egipcia

Poema Egípcio (extraído de um papiro de 3000 anos a. C.)

Ela é um menina, e não existe outra como ela.
Ela é mais bela que qualquer outra.
Olha, ela está como uma deusa da estrela nascendo

no início de um ano novo feliz;
Brilhantemente branca e brilhante
Sua pele é clara; Seus olhos bonitos para olhar
E com lábios doces para falar;
Ela não necessita nem uma frase a mais
Com um pescoço longo e peito branco;
Seu cabelo é de Lápis Lazúli genuíno;
Seus braços são mais brilhantes que o ouro;
Os seus dedos são como as flores de lótus;
Com nádegas grandes e cintura cingida.
As suas coxas mostram sua beleza;
Com um passo firme ela pisa no solo.
Ela capturou meu coração em seu abraço.
Ela faz todos homens virar seus pescoços olhar para ela.
Só existe um único olhar quando ela passa por perto.

Homero


Homero foi o maior poeta da Grécia Antiga e, julga-se, o autor das obras Ilíada e Odisseia, que reconstituem, com muito pormenor, a antiga civilização grega.
Pensa-se que Homero terá vivido entre os séculos IX e VIII a.C., indo o limite da sua vida até 700 a.C.
A sua origem é incerta, considerando-se ser provável que tenha nascido em Esmirna ou na Ilha de Quios, na Grécia.

Devido à insuficiência de provas, alguns chegam mesmo a duvidar da existência do poeta, já que a obra que lhe é atribuída foi composta e transmitida oralmente.

Odin - Deus Nórdico


Odin, ou Ódin (em nórdico antigo: Óðinn) também chamado de Votan, é considerado o principal deus da mitologia nórdica. Como muitos deuses desta mitologia, Odin, acumula inúmeras funções, tais como: o deus da sabedoria, da guerra e da morte, embora também, em menor escala, da magia, da poesia, da profecia, da vitória e da caça.

Odin morava no palácio de Valaskjálf, que ele co

nstruiu para si, localizado em Asgard a terra dos deuses. sentado em seu trono Hliðskjálf, de onde podia observar o que acontecia em todos os 9 mundos. Durante as lutas utiliza sua lança chamada Gungnir e montava seu cavalo de 8 patas chamado, Sleipnir.

Era filho de Borr e da Jotun ("gigante") Bestla, irmão de Vili e Ve, esposo de Frigg e pai de muitos dos deuses. Tais como Thor, Baldr, Vidar e Váli.

Como deus da guerra, uma das principais funções de Odin, era enviar as Valquírias ( doze virgens aladas com plumas de cisne), para recolher os corpos dos guerreiros, e envia-los para o Valhala, onde participariam de banquetes e lutas constantes (uma especie de paraiso para os nórdicos).

Odin possuía dois corvos, eram eles: Hugin (Espírito e Razão), e Munin (Memória e Entendimento) que se posicionavam em seus ombros depois de percorrer o mundo durante o dia na busca de novidades para o Grande Deus. E também dois lobos que ficavam de guarda a seus pés e que se alimentavam de toda carne, inclusive humana, que era ofertada aos Deuses.

AS LENDAS SOBRE
Muitas lendas cercam o deus nórdico, dentre elas que, Odin desejava ser conhecedor dos mistérios mágicos, para tanto realizou um ritual de sacrifício, se pendurando na árvore do mundo, Yggdrasil, de cabeça para baixo, ferido por sua própria lança, durante nove dias e 9 noites, com fome e sede. No fim avistou no chão runas mágicas e as recolheu para si.

Ainda não satisfeito, pediu permissão para o Gigante Mimir, para beber água na "Fonte do Conhecimento" e para tanto pagou o preço de ficar sem um de seus olhos.

Odin, conduzirá os deuses a grande batalha final, do fim do mundo nórdico o Ragnarock, onde segundo a lenda, será morto pelo lobo Fenrir. do qual falaremos mais adiante.

Robespierre

Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (Arras, 6 de maio de 1758 — Paris, 28 de julho de 1794) foi um advogado e político francês, foi uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.
Os seus amigos chamavam-lhe "O Incorruptível". Principal membro dos Montanha durante a Convenção, ele encarnou a tendência mais forte da Revolução.
Filho de uma família da pequena burguesia, M

aximilien Robespierre perdeu sua mãe cedo e foi depois abandonado pelo pai. Viajou a Paris com uma bolsa de estudos e, em 1781, graduou-se em direito. Exerceu a profissão de advogado em sua cidade natal, Arrás, com sucesso.
Em abril de 1789 Robespierre tornou-se deputado pelo Terceiro estado da região de Artois. Revelou-se um grande orador. Em abril de 1790, tornou-se membro do Clube dos Jacobinos, a ala mais radical dos revolucionários. A partir daí, adquiriu notoriedade e sua vida passou a estar intimamente associada aos acontecimentos da Revolução Francesa.
Em 1791 Robespierre foi um dos principais líderes da insurreição popular do Campo de Marte. Sua fama de defensor do povo lhe valeu o apelido de "Incorruptível". Depois da deposição da família real, em 1792, Robespierre aderiu à Comuna de Paris e tornou-se um dos chefes do governo revolucionário. Combateu então a facção dos girondinos, menos radicais.
Robespierre foi um dos que pediram a condenação do rei Luís XVI, guilhotinado em 21 de janeiro de 1793. Em julho do mesmo ano, Robespierre criou um Comitê de Salvação Pública para perseguir os inimigos da revolução. Foi instaurado o regime do "Grande Terror" - o auge da ditadura de Robespierre.
Em 1794, Robespierre mandou executar Danton, o revolucionário que propunha um rumo mais moderado para a revolução. Neste mesmo ano, tornou-se Presidente da Convenção Nacional. No dia 27 de julho, numa sessão tumultuada, Robespierre foi ferido e teve que sair da sala às pressas. Foi detido imediatamente por seus inimigos e, um dia depois, guilhotinado.

Robespierre nasceu em Arras, na França, filho de François e Jaqueline Margarite. Seu pai, François de Robespierre, era advogado, mas nunca se recuperando da morte prematura da mulher, profundamente deprimido, abandonou a advocacia, começou a beber e desinteressou-se da educação dos seus quatro filhos, dois rapazes e duas mulheres. Recolhidos pelo seu avô materno, um rico homem de negócios, Maximilien foi colocado no colégio da sua cidade natal com a idade de sete anos, o que lhe garantiu uma educação conforme os padrões de uma família de posses da época.
A morte da mãe e a crise do pai tiveram forte impacto sobre o menino que, por ser o mais velho, se sentiu responsável pelos irmãos. Maximilien, Charlotte e o pequeno Augustin mantiveram-se unidos por toda vida, Augustin tornou-se leal seguidor na Revolução e Charlotte, depois de ficar noiva do revolucionário Joseph Fouché, devotou-se totalmente ao irmão.
A carga de um senso de responsabilidade prematuro terão contribuído para que Robespierre se tornasse um jovem sisudo e solitário, traços que o acompanhariam na vida adulta.
[editar]Estudos e influências

Frequentou o Colégio Arras, onde aprendeu um pouco de latim e oratória. Sua capacidade de concentração e trabalho era grande e, em 1769, com uma bolsa concedida pelo bispo de Arras, foi enviado para o Colégio Luís o Grande, da Universidade de Paris.
Nesta escola, onde estudou durante nove anos, entrou em contato com o pensamento radical. A época era de mudança e efervescência intelectual. Um dos professores do futuro líder revolucionário era o filósofo e matemático d`Alembert que, junto com outros pensadores, colaborou na organização e publicação da mais significativa obra do período, a Encyclopédie . Voltaire, gênio da sátira, responsável pelos verbetes "história", "eloquência", "espírito" e "imaginação", também fazia parte deste grupo. Outro enciclopedista célebre foi o filósofo social Rousseau, cuja obra teve profunda influência sobre o pensamento político de Robespierre.
O jovem impressionou-se profundamente com tais ideais, convencendo-se de que a sociedade havia degradado e escravizado o homem e aceitou as proposições de Rousseau de que o Estado e o povo são os verdadeiros senhores de todos bens.
Sua dedicação aos estudos valeu-lhe o prêmio de melhor aluno em , conquista que lhe deu a honra de ser cumprimentado pelo rei Luis XVI e pela rainha Maria Antonieta, os mesmos governantes que, dezoito anos mais tarde, seriam decapitados pela Revolução.
Em 1780 Robespierre formou-se em Direito, recebeu outra bolsa de estudo e uma quantia em dinheiro como prêmio por sua boa conduta, quantia que transferiu para seu irmão Antoni Carlos. Em 1781 foi admitido no conselho provincial de Artois, só aceitando casos que estivessem de acordo com sua valorização da retidão social e da justiça. A sua estreia como advogado deu-se em 1783, mas sofreu um súbito eclipse após 1786. Estaria desiludido, pensando em abandonar Arras, quando o rei Luís XVI anuncia a sua intenção de convocar os Estados Gerais. Novas perspectivas se vão abrir para Robespierre.

Uma das Almas da Revolução

Um dos trabalhos premiados discordava sobre a atitude da sociedade para com os criminosos e doentes mentais. Políticos e intelectuais da época escreviam então muito sobre a dignidade humana. Os novos conceitos do século XVIII - a democracia, a igualdade e a liberdade - eram vetores do seu pensamento.
Foi eleito deputado em 26 de abril de 1789, pelo Terceiro Estado da região de Artois, fazendo o seu primeiro discurso em 18 de Maio de 1789. Após a tomada da Bastilha, Robespierre fez o balanço da jornada revolucionária, mas só veio a ser muito notado, em 25 de Janeiro de 1790, ao fazer um discurso no qual defendia que todos os franceses deveriam poder ser admitidos nos empregos públicos, sem outra distinção que não fosse a dos seus talentos e virtudes.
Em 31 de Março de 1790, assumia a liderança do Clube dos Jacobinos, vindo a tornar-se, até o fim de Setembro de 1791, um dos principais oradores da Assembleia Constituinte. Proferiu mais de 260 discursos. O Clube dos Jacobinos representava já uma das alas mais radicais dos revolucionários, tornando-se Robespierre num dos principais articuladores da Revolução Francesa e no alvo constante dos ataques de seus adversários. Em 16 de Maio de 1791, Robespierre consegue o seu maior sucesso parlamentar, ao fazer decretar que nenhum membro daquela Assembleia poderia ser eleito na legislatura seguinte.
Vai dedicar-se à luta contra a política de Brissot e dos Girondinos, lançando, em Maio de 1792, o jornal do seu credo político - Le Défenseur de la Constituition. No seu primeiro número, escrevia que preferia ver "os franceses livres e respeitados com um rei, do que escravos ou aviltados sob o jugo de um Senado". Na sua opinião, Brissot, ao propôr a implantação da República em 1791, tinha feito recuar a Revolução talvez meio século.
Em 9 de Agosto, Robespierre escrevia a Couthon que era "impossível aos amigos da liberdade prever e dirigir os acontecimentos". Na manhã seguinte, já não havia rei na França. Robespierre aceita o facto consumado.
Eleito, em 5 de Setembro, deputado por Paris na Convenção Nacional, vai acentuar-se ainda mais o seu combate a Brissot e aos Girondinos a propósito do "processo" do rei Luís XVI. Segue-se a traição de Dumouriez. Para Robespierre, a conivência dos Girondinos com o general rebelde não oferecia dúvida, abrindo-se o processo que vai culminar na proscrição dos seus líderes, em 2 de Junho de 1793. Em 10 de Julho, Danton era eliminado. Três dias mais tarde, chegava a vez de Marat. A via estava livre. No dia 27, assume a chefia do Comitê de Salvação Pública, tornando-se Robespierre na alma da Ditadura montanhesa, instigando o Terror, com que se condenou à morte na guilhotina milhares de opositores políticos.

Prisão de Robespierre.

No 1 frimaire, Robespierre inaugura uma cruzada contra o ateísmo. No 18 floreal, decreta-se que o povo francês reconhece a existência do "Ser supremo" e a imortalidade da alma. A política financeira de Cambon, com a qual Robespierre não concordava, e a acção de Amar, Jagot e Vadier no Comité de Segurança Geral, à qual Robespierre se opunha, têm sido apontadas como as causas principais para a sua queda.
No dia 27 de julho, Robespierre é feito prisioneiro em um golpe organizado pelos seus adversários da Convenção (a planície, ou como os jacobinos chamavam-lhes, pântano). A Comuna de Paris ainda tenta defender Robespierre, mas a sua insurreição fracassa.
Maximilien de Robespierre foi guilhotinado em Paris no dia seguinte, no 10 thermidor do ano II (28 de julho de 1794), sem ter sido julgado, juntamente com o seu irmão Augustin de Robespierre (também membro da Junta de Salvação Pública) e dezessete de seus colaboradores durante o golpe de 9 do Termidor, dentre eles, seus dois grandes amigos, companheiros desde o início de sua jornada, Saint-Just e Couthon.

Robespierre e seus seguidores no caminho para o cadafalso, em 28 de julho de 1794.
Robespierre foi um dos raros defensores do sufrágio universal e da igualdade dos direitos, defendendo a abolição da escravidão e as associações populares. Ele defendia que "a mesma autoridade divina que ordena aos reis serem justos, proíbe aos povos serem escravos".
Embora a Igreja tenha sido um dos principais alvos da Revolução, Robespierre acreditava na existência de um Ser Supremo e dizia que "Se a existência de Deus, se a imortalidade da alma não fossem senão sonhos, ainda assim seriam a mais bela de todas as concepções do espírito humano".
Vários historiadores da época relataram, em detalhes, os acontecimentos daquele período. Um deles, F. A. Mignet, escreveu sobre sua percepção dos ideais de Robespierre e de Saint-Just:
"(...) Robespierre e Saint-Just haviam traçado o plano desta democracia, cujos princípios eles defendiam em todos os seus discursos. Eles queriam mudar os costumes, o espírito e os hábitos da França. Eles queriam transformá-la em uma república à moda dos antigos".
"O domínio exercido pelo povo, magistrados desprovidos de orgulho, cidadãos sem vícios, a fraternidade nos relacionamentos, o culto da virtude, a simplicidade dos modos, a austeridade do caráter, eis o que pretendiam estabelecer".
"Liberdade e igualdade para o governo da república; indivisibilidade em sua forma; virtude como seu princípio; Ser Supremo como o seu culto. Quanto aos cidadãos, fraternidade em seus relacionamentos, probidade em sua conduta, bom senso como espírito, modéstia em suas ações públicas, que eles deveriam nortear para o bem do estado, e não para eles mesmos. Tal era o símbolo de sua democracia."
Na véspera de sua prisão, Robespierre proferiu o que pode ser considerado o seu epitáfio: "A morte não é o sono eterno. Mandai antes gravar: a morte é o início da imortalidade!".

A posteridade de Robespierre

Execução de Robespierre.
Logo após a sua morte, a imprensa foi implacável contra ele, mas começou a desenhar-se uma viragem de opinião depois do fim do Império Napoleónico. As primeiras tentativas de reabilitação dão-se perto de 1820, sob a Restauração dos Bourbon, através de Guillaume Lallement. Durante o período da monarquia de Luís Filipe I de França, Robespierre tinha já muitos apologistas. Sob o Segundo Império, Ernest Hamel foi um seu destacado hagiógrafo, mas vem a dar-se uma quebra de popularidade sob a Terceira República, que preferiu Danton. Depois de 1910, porém, sob o impulso de Albert Mathiez, produziu-se em França um certo "retorno a Robespierre" por intermédio da "Société des études robespierristes".

Poesia do Congo

Kama Sywor Kamanda - Escritor congolense de origem egípcia, se distinguiu por seus contos literários ao mesmo tempo inspirados em suas experiências pessoais, seu imaginário e as tradições e realidades do continente negro. Narrações fantásticas trazidas por um espírito visionário, seus contos são impregnados da cultura e da civilização das terras africanas para transcender, finalmente, o espaço e o
 tempo e atingir o universal. Eles exprimem, além do imaginário, os mitos e os símbolos da sociedade negro-africana em toda a sua riqueza e diversidade.



Como poeta, ele soube dar um novo sopro e grandeza à poesia contemporânea, graças à riqueza de sua linguagem e ao seu domínio da metáfora. Seus versos são viagens entre o real e o irreal, o imaginário e a razão, o exílio e o enraizamento, a dor e a felicidade, o histórico e o eterno. Ao mesmo tempo clássica e inventiva, sua poesia é ornada de um apelo profundo à harmonia, para além das tormentas dos corpos e dos corações.
Como romancista, KAMANDA não se cansa de trazer consigo sua África e seus sonhos. Ele se revela um verdadeiro resistente face aos poderes totalitários, mas também um cúmplice dos homens e mulheres que lutam em silêncio pelo respeito de seus direitos ou sua sobrevivência e a de seus filhos. Escritor engajado, ele sempre se considerou uma “alma perdida entre os sonhos e as ilusões, as alegrias e as aflições do mundo africano”

CONGO

Eu venho de longe, tendo atravessado o país,
raças, continentes e culturas.
Derramei a minha alma, lágrimas, suor,
eo sofrimento das gerações.
Eu amei, odiei, mas nunca traiu.
Do príncipe ao rei, o profeta do mago.
Eu conheci guerras,
experimentado o nascimento de desertos
e reinos dos faraós.
Meu sangue é feito de mares do mundo.
Eu vi lagos, rios de nascimento e nações.
Sou um viajante do infinito,
o mensageiro do invisível
eo poeta de fontes interiores.

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Espera no banco da minha mensagem Nilo
escondido no papiro que voa sobre a onda,
entre lótus gravada com lágrimas de pessoas Núbia.
O rei negro flutua efígie sobre o rio de sangue
como a erva insaciável no ar.
Os movimentos de espuma sobre memórias
ofuscando a história
e suspende a verdade nos olhos da esfinge.
Oh palavra, sinuosa sua memória.
O tempo veio para habitar o espaço de
relâmpago.
Perseguir os rugidos céu
para as pirâmides onde os mortos estão ausentes.
Quem, então, foi profanado o túmulo
nossos faraós?
Nossos velhos corpos nus errar
pelos rugidos dos museus,
onde o pó mortalha serve.

Transição...


O caminhar da vida...


Luta proletária romantizada...


O grande amor...


Humano...

García Lorca

Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 19 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola devido ao seus alinhamentos políticos com a República Espanhola e por ser abertamente homossexual.

Casa de Lorca em Fuente Vaqueros.
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de
 Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transferiu-se para Madrid, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve sua prisão determinada por um deputado, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão a sua homossexualidade. A caneta se calava, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. Foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.

Exílio na morte

Estátua homenagenado Federico García Lorca na Plaza de Santa Ana, em Madrid, por Julio López Hernández.
Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, suas obras foram consideradas clandestinas na Espanha.
Com o fim do regime, e a volta do país à democracia, finalmente sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.

Opiniões políticas

Lorca era defensor da República e ativista de esquerda. Em 1934, declarou: "sempre estarei ao lado dos que não têm nada". Assinava com frequência manifestos antifascistas e mantinha vínculos com organizações como o SocorroRojo Internacional. Considerava que a tomada de Granada aos mulçumanos durante a reconquista (1492) havia sido um desastre que levou ao povoamento da região "pela pior burguesia da Espanha atual". Sua morte está fortemente associada à perseguição de esquerdistas e ao terror político recomendados pelo general Mola aos golpistas de 1936.

Ruína
Sem encontrar-se.
Viajante pelo seu próprio torso branco.
Assim ia o ar.

Logo se viu que a lua
era uma caveira de cavalo
e o ar uma maçã escura.

Detrás da janela,
com látegos e luzes se sentia
a luta da areia contra a água.

Eu vi chegarem as ervas
e lhes lancei um cordeiro que balia
sob seus dentezinhos e lancetas.

Voava dentro de uma gota
a casca de pluma e celulóide
da primeira pomba.

As nuvens, em manada,
ficaram adormecidas contemplando
o duelo das rochas contra a aurora.

Vêm as ervas, filho;
já soam suas espadas de saliva
pelo céu vazio.

Minha mão, amor. As ervas!
Pelos cristais partidos da morada
o sangue desatou suas cabeleiras.

Tu somente e eu ficamos;
prepara teu esqueleto para o ar.
Eu só e tu ficamos.

Prepara teu esqueleto;
é preciso ir buscar depressa, amor, depressa,
nosso perfil sem sonho.

Federico García Lorca, in 'Poeta em Nova Iorque'

Legítimo Blues Delta do Mississipi.


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