Biografia
Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de
1907 na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), em Coyoacán, na época
uma pequena cidade nos arredores da Cidade
do México e hoje um distrito.
Seu pai, Guillermo Kahlo (1871-1941), nasceu Carl Wilhelm Kahlo, em Pforzheim Alemanha, filho de
Henriette Kaufmann e Jakob Heinrich Kahlo. A própria Frida afirmava que seu pai
era de ascendência judaico-húngara, mas pesquisadores demonstraram que os pais dela não eram judeus, masluteranos alemães. Guillermo Kahlo chegou ao México em 1891, aos 19 anos de idade, e logo
mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em espanhol,
"Guillermo".
A mãe de Frida, Matilde Gonzalez y
Calderón, era uma católica devota de origem indígena e espanhola. Os pais de Frida se casaram logo após a morte da primeira esposa de
Guillermo, durante o nascimento do seu segundo filho. Embora o casamento tenha
sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a
terceira. Ela tinha duas meio-irmãs mais velhas. Frida ressaltava que cresceu
em um mundo cheio de mulheres. Durante a maior parte de sua vida, no entanto,
Frida se manteve próxima do pai.
Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a
primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao
longo da vida. A poliomielite deixou uma lesão no seu pé direito, pelo que
ganhou o apelido de Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). Passou a usar
calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas
pessoais.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo
não começou a pintar cedo. Embora o seu pai tivesse a pintura como um
passatempo, Frida não estava particularmente interessada na arte como uma
carreira.
Entre 1922 e 1925 frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelagem.
Em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica
da gravura com Fernando Fernandez. Então sofreu um grave acidente. Um bonde, no qual
viajava, chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, atravessou sua pélvis e saiu pela vagina, causando uma grave hemorragia. Frida
ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar diversas
partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado. Tal
acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela
chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna Partida'). Durante a sua longa convalescença,
começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à
cama.
Em 1928, entrou no Partido comunista mexicano e conheceu o
muralista Diego Rivera, com quem
se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego
de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como
ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso
adotava com muita frequência temas dofolclore e da arte popular do México.
Entre 1930 e 1933 passa a maior parte
do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera.
Entre 1937 e 1939, recebeu Leon Trotski em sua casa de Coyoacán.
Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a
exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei
sonhos. Pintava a minha própria realidade.
Em 1939 expõe em Paris na galeria Renón et Colle. A partir de 1943 dá aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México).
Em 1953 a Galeria de Arte
Contemporânea desta mesma cidade organiza uma
importante exposição em sua honra.
Alguns de seus primeiros trabalhos
incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina(1928).
Vida pessoal
Casa-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um casamento
tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais.
Kahlo, que era bissexual, teve um
caso com Leon Trotski depois de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os
relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo eles sendo casados, mas não
aceitava os casos da esposa com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um
relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina, há muitos anos, o que revoltou
Frida. Ela os flagra na cama e num ato de fúria corta todo o seu cabelo, que
era bem grande, de frente ao espelho. Ela fez isso pois seu amor era tão grande
por ele e tomou tanta raiva do marido que não conseguiu se vingar atacando ele
e sim atacando a si mesma. Sua irmã teve 6 filhos com seu ex-marido e Frida
nunca a perdoou. Após essa outra tragédia de sua vida, separa-se dele e vive
novos amores com homens e mulheres, mas em 1940 une-se novamente a
Diego, e o segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro, marcado por
brigas violentas. Uma curiosidade é que ao voltar para o marido, ela construiu
uma casa igual a dele do lado da que eles tinham vivido. Essa casa era ligada
por uma ponte e eles viviam como marido e mulher mas sem morarem juntos de
novo, e se encontravam ou na casa dela ou na dele nas madrugadas. Durante o
casamento, embora tenha engravidado mais de uma vez, nunca teve filhos, pois o
acidente que a perfurou toda, comprometeu seu útero e deixou graves sequelas, que a impossibilitaram de levar uma gestação
até o final, tendo tido diversos abortos.
Tentou diversas vezes o suicídio com facas e martelos, devido sua
vida extremamente infeliz, já que ela vinha sendo traída pelo marido e viviam
brigando, mas não tinha coragem de se separar de vez dele, e também queria
poder dar um filho a ele e nunca conseguiu. Mantinha seus casos por fora do
casamento mas sentia falta era dele, e tinha que suportar outras mulheres
armando confusão com ela por causa de Diego, que tinha muitas amantes.
Em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo,
que havia contraído uma forte pneumonia, foi
encontrada morta. Seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta que ela tenha morrido de
overdose, devido ao grande número de remédios que tomava, que pode ter sido
acidental ou não. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que
minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite
a hipótese de suicídio.
Pesquisadores com base na autópsia de
Frida acreditam que ela pode ter sido envenenada por uma das amantes de seu
marido, que tinham raiva dela por ela ser a esposa.
Diego Rivera descreveu em sua auto-biografia
que o dia da morte de Frida foi o mais trágico de sua vida.
Casa Azul, o museu
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